sábado, 3 de dezembro de 2011

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Entras-te pela porta de entrada com o teu sorriso característico, meio lento, meio escondido. Tímido talvez, mas tão teu, tão familiar.
Disseste "tive saudades tuas" e abraças-te-me como se da ultima vez se trata-se. Tinhas estado tão ausente, porém não me esqueci do quão gratificante são os teus braços enrolados nos meus. Deixas-te o casaco na cadeira como sempre fazias, e começas-te a tentar irritar-me. Queria dizer-te que amo quando o tentas fazer, e que a única coisa que me irritou foi não teres irritado mais cedo. Iria ser inoportuno e deixei-me resignada por as paredes do meu subconsciente. 
Gostava de ter-te perguntado porque foste embora, mas sabia a resposta e isso doía. Quis depois dizer-te para nunca mais ires embora, mas não podias ficar. Estás de passagem.Voltas-te para que eu me esqueça de te esquecer. Tarefa comprida. 
Tocas-te na minha alma, conheces-te o que nem eu conhecia de mim. Partilha-mos segredos, opiniões, confissões. Sorrimos em sintonia, relembramos momentos. Choramos e rirmos. No fim eram horas de partires. Quis não chorar, mas quem sou eu para querer? disseste "até amanhã meu amor" mas eu sabia que não irias voltar. Sabias também que tinha sido a ultima vez. Mas meio que se tornava complicado dizê-lo.
Desculpa quando te desapontei, eu também te perdoo. 
Antes de fechares a porta e com ela todo o nosso passado, disse-te que mudas-te a minha vida, os meus planos. Partilha-mos os mesmos sonhos, a mesma esperança de um futuro incerto. Liguei-me a ti, para sempre. Adeus meu amor.
Ouvi a porta fechar. Desde esse dia, nunca mais ouvi falar de ti, eu nunca mais te vi...

Cátia Fernandes,
3.Dezembro.2011.

3 comentários:

- Espero que tenhas gostado do meu texto, ao comentar gostaria que mostrasses a tua opinião. Obrigada beijinho :)