sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lembra-te de mim - Capítulo 4.


Lembra-te de mim - Capítulo 4.




Eu sabia que aquela carta continha alguma coisa importante , alguma coisa extremamente importante. Sabia que certamente aquilo era um aviso ou um alerta para tudo o que se estava a passar comigo, e sabia também , quase com exactidão quem a tinha escrito.
Aquele vulto que tinha visto a minutos atrás, era-me familiar.
Se tudo o que o meu cérebro está a pensar, é verídico . Antes de revelar o conteúdo dessa carta, eu tenho muitas explicações a dar. Explicações essas que não as exponho de livre vontade.
Os "porquês" têm de ser esclarecidos. Finalmente têm de ser esclarecidos.
Queria atardar este momento , achei que não era necessário um dia contar toda a verdade e assumir o que me aconteceu .
Só os mais intimos é que sabem o que me atormenta e ainda não tive coragem de contar, pois por vontade própria achei que se ignorase os factos, tudo iria acabar bem e eu iria ser normal, um ser totalmente , completamente e inteiramente normal.
Mas parece, que infelizmente nada deu resultado. Eu não posso ser uma pessoa como tantas outras que na rua passam por mim , indiferentes ao meu ser , as minhas preocupações e problemas. Sei que uma elevada percentagem dessa população, que outrora vi , não voltarei certamente a rever . Todas essas pessoas têm rumos diferentes,objectivos diferentes.. a estrada na qual todos caminhamos leva-nos com toda a certeza para sítios distintos. Cada ser que por mim passou tem uma história para contar , uma lição para ensinar , um pecado para confessar , um desejo para concretizar . Um segredo para desvendar. Todos escondemos alguma coisa, e isso fazia com que me sentisse bem . Pois não era a única que guardava alguma coisa tão nossa, tão intima , tão terrivelmente sufocante . Que me prende a si , e me obriga a fechar os olhos e a sentir o meu rosto , molhado. O meu segredo dói tanto, que mata. Mata a cada dia que passa, de não poder explicar o porquê dos meus comportamentos.Magoa demais..

* * *

Sem forças para me conformar de que se calhar aquela carta pertencia mesmo ao destinatário que eu imaginava, guardeia na gaveta. Onde juntamente pus um pendurante na forma de coração, para amanhã depois de uma noite de descanso ganhe coragem para ler-la. Pois terei de contar a verdade ,a verdade que todos precisam saber sobre mim...
A verdade que não quero contar..
-Continua..






2 comentários:

  1. Estou muito curiosa...
    Dá vontade de ler mais e mais.
    Anseio um novo capitulo.
    Beijinho *

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  2. Hoje a meia noite, outro :.D
    obrigada por leres*

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- Espero que tenhas gostado do meu texto, ao comentar gostaria que mostrasses a tua opinião. Obrigada beijinho :)