domingo, 12 de fevereiro de 2012

1- Carta a um desconhecido.

                                                                « Olá, como tens passado? 
Sim tu, sejas tu quem fores que neste preciso momento estejas a ler o que escrevo, o que se tem  passado na tua vida? Quantas lágrimas derramaste por quem não mereceu, quantos sorrisos falsos surgiram na tua face quando o que tinhas vontade era mesmo de te esconder nos subúrbios da vida na esperança que ninguém te encontrasse ? Quantos "amo-te" ouvis-te de pessoas que estão mais distantes de ti do que o céu da tua alma? 

Então, como tens passado? Também te dói passar por um lugar que te relembre o passado e que corroí a tua alma, e o teu subconsciente quase se torna mais consciente que a tua própria existência? Também tu crês em palavras amaldiçoadas vindas de pessoas que te destinam ao fracasso? Será que como eu, já adormeces-te a chorar, por desejar algo tão importante para ti, que simultâneamente te mataria por dentro se o tivesses? 
Como és? um rapaz, uma rapariga? de que cor são os teus olhos, o teu cabelo? de que cor esta pintada a tua alma? Que histórias tens tu para me contar? Falas a minha língua, sentes o que escrevo?  
Por vezes sou dia, irradio felicidade, transporto comigo o amor da vida, a dádiva que é viver, as vezes sou noite, e o meu interior menos colorido transborda, e as vezes, ele transborda pelos olhos, e nem imaginas como isso dói..
 Então eu penso em ti, será que existes? Será que tu, estejas onde estiveres, penses o que pensares, vivas como viveres, sejas quem fores, pensas em mim também? Existirá algo que nos una ? A minha alma precisa responder afirmativamente a essa pergunta.. É que sabes, tenho-me sentido tão sozinha, tão distante. Tão desintegrada na vida que tenho levado. Sinto-me a parte, deslocada, como se estivesse sentada, talvez numas escadas de cor azul, cor que se encontra desgastada devido aos fenómenos atmosféricos, que marcam  o passar dos dias, das semanas, dos meses, dos anos, e ali estou eu, a ver passar o mundo, numa redoma inquebrável que não me deixa prosseguir. Será que compreendes o que quero dizer? Será que te identificas naquilo que quero expressar? Quem tu és? Qual é o teu nome? 
Se alguma vez, me perguntarem porquê, porque é que continuo a escrever para alguém e ponho estas cartas no correio com apenas a minha morada, na esperança que alguém me responda? Não saberei dizer a razão, eu apenas procuro que por ai, por este mundo fora, alguém gaste uns 10minutos da sua vida, para ler aquilo que escrevo, responder-me e quem sabe, sentir exactamente o que sinto. 
Será que também fazes o mesmo que eu? Será que me procuras assim como eu te procuro a ti? Ser humano que estejas por onde estiveres, navegando pelos mares, ou simplesmente navegando por a vida, obrigada por leres aquilo que gentilmente o meu coração pediu para transmitir ao papel, obrigada por existires, algures neste mundo, onde as cartas e as pessoas, deixaram de ser algo tão essencial. Porém prometo-te, que toda a minha vida irei escrever para ti, desconhecido. .  »

E aqui está a primeira carta! Grande desafio, adorei mesmo fazê-lo.. espero mesmo que tenham gostado, como eu gostei de escrever , deixem a vossa opinião, um beijinho enorme. :')

4 comentários:

- Espero que tenhas gostado do meu texto, ao comentar gostaria que mostrasses a tua opinião. Obrigada beijinho :)